terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Influenza (H1N1) – “gripe suína” , influenza Pandêmica

Os vírus da Influenza A e B possuem vários subtipos que sofrem mutações (mudanças) continuamente, gerando vírus geneticamente diferentes (cepas diferentes).  O novo vírus da Influenza A, o (H1N1), foi detectado no México em abril de 2009. Até 28 de novembro de 2009, casos de Influenza A (H1N1) havia sido confirmado laboratorialmente em 207 países, com 8.768 óbitos.

 O Vírus da Influenza pertence à família Ortomixiviridae. São vírus de RNA com uma hélice que se subdividem em três tipos diferentes: A , B, C.  O tipo A é o responsável pela maioria das epidemias de gripe. São classificadas de acordo com o tipo de proteínas presentes em sua superfície, chamadas de hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). No vírus Influenza A humanos, já foram descobertas três tipos de hemaglutinina (H1, H2, H3) e duas neuraminidases (N1 e N2).
Virus Influenza A (H1N1)
Os vírus Influenza do tipo A, infectam seres humanos, suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves; os do tipo B ocorrem somente em seres humanos; e os do tipo C, em seres humanos e suínos.
A transmissão mais comum é a direta (indivíduo para indivíduo) por meio de pequenas partículas de aerossol expelidas pelo indivíduo infectado (na tosse, espirro, fala).
Espirro mostrando milhares de partículas aerossol

Também pode ocorrer transmissão pelo modo indireto, por meio de contato com as secreções do doente. Neste caso as mãos são o principal responsável por esta via, ao permitirem a entrada do vírus pela boca, nariz e olhos.

Contato indireto através da mão em mucosa oral



Período de Incubação do vírus Influenza A (H1N1) pode varias de 1 a 7 dias, sendo mais comum entre 1 a 4 dias.
Período de transmissão – para o adulto, o período pode varias de 1 dia antes até o 7° dia após o início dos sintomas. Para menores de 12 anos, 1 dia antes até o 14° dia após o início dos sintomas.
Quadro Clínico
A doença inicia-se com o início súbito de febre alta (maior que 38°C), mialgia (dor muscular), dor de garganta, prostração (cansaço), cefaléia (dor de cabeça) e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e dura cerca de 3 dias. Os sintomas respiratórios ficam mais evidentes com a progressão da doença e são mantidos por 3 a 4 dias após o desaparecimento da febre. É comum o paciente queixar-se de garganta seca, rouquidão, tosse seca , pele quente e úmida, olhos hiperemiados (avermelhados) e lacrimejantes. Ocorre saída de secreção hialina (clara) pelo nariz. Nas crianças, a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o aumento dos linfonodos cervicais (gânglios linfáticos do pescoço), quadros de bronquite ou bronquiolite e sintomas gastrointestinais (náuseas, diarreia, vômitos). Os idosos podem apresentar febre, porém é mais baixa, podendo ser ausente.
Alguns Sintomas de Influenza A (H1N1)
Situações de risco para o desenvolvimento de formas graves e de óbito são:
- gestação
- idade menor do que 2 anos ou maior que 60 anos
-DPOC , asma
- cardiopatias
-doenças metabólicas crônicas (ex: diabetes, obesidade mórbida)
-imunodeficiência ou imunodepressão (ex: AIDS)
As complicações são mais comuns em idosos e indivíduos vulneráveis. As complicações mais comuns são: pneumonias bacterianas secundárias.
Uma complicação incomum e muito grave é a pneumonia viral primária pelo vírus da Influenza.
Gestantes com quadro de Influenza, especialmente no segundo ou terceiro trimestre da gravidez, estão mais propensas a quadros mais graves, sendo indicada internação hospitalar.
Entre outras complicações podemos citar: miocardite, pericardite, síndrome de choque tóxico, síndrome de Guillain-Barré, encefalite e mielite transversa.
O quadro na maioria dos casos de Influenza Pandêmica (H1N1) é benigno e autolimitado, clinicamente moderado, caracterizado  por febre, tosse, coriza, dor de cabeça e mal-estar. No entanto tem-se observado alguns pacientes com a forma grave, com acometimento pulmonar, que pode evoluir  rapidamente para insuficiência respiratória grave. A insuficiência respiratória aguda está associada com infiltrado pulmonar difuso, bilateral do tipo vidro fosco.
Diagnóstico Laboratorial
É usada a secreção da nasofaringe (SNG), colhido de preferência nos primeiros três dias de aparecimento dos sinais e sintomas até no máximo no  7 ° dia.
Tratamento
O antiviral Oseltamivir indicado deve ser utilizado em, no máximo, até 48 horas a partir da data de início dos sintomas.

Fonte: Doenças Infecciosas e parasitárias: guia de bolso/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 8. ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.