O Vírus da Influenza pertence à família Ortomixiviridae. São vírus de RNA com uma hélice que se subdividem em três tipos diferentes: A , B, C. O tipo A é o responsável pela maioria das epidemias de gripe. São classificadas de acordo com o tipo de proteínas presentes em sua superfície, chamadas de hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). No vírus Influenza A humanos, já foram descobertas três tipos de hemaglutinina (H1, H2, H3) e duas neuraminidases (N1 e N2).
Virus Influenza A (H1N1) |
Os vírus Influenza do tipo A, infectam seres humanos, suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves; os do tipo B ocorrem somente em seres humanos; e os do tipo C, em seres humanos e suínos.
A transmissão mais comum é a direta (indivíduo para indivíduo) por meio de pequenas partículas de aerossol expelidas pelo indivíduo infectado (na tosse, espirro, fala).
Espirro mostrando milhares de partículas aerossol |
Também pode ocorrer transmissão pelo modo indireto, por meio de contato com as secreções do doente. Neste caso as mãos são o principal responsável por esta via, ao permitirem a entrada do vírus pela boca, nariz e olhos.
Contato indireto através da mão em mucosa oral |
Período de Incubação do vírus Influenza A (H1N1) pode varias de 1 a 7 dias, sendo mais comum entre 1 a 4 dias.
Período de transmissão – para o adulto, o período pode varias de 1 dia antes até o 7° dia após o início dos sintomas. Para menores de 12 anos, 1 dia antes até o 14° dia após o início dos sintomas.
Quadro Clínico
A doença inicia-se com o início súbito de febre alta (maior que 38°C), mialgia (dor muscular), dor de garganta, prostração (cansaço), cefaléia (dor de cabeça) e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e dura cerca de 3 dias. Os sintomas respiratórios ficam mais evidentes com a progressão da doença e são mantidos por 3 a 4 dias após o desaparecimento da febre. É comum o paciente queixar-se de garganta seca, rouquidão, tosse seca , pele quente e úmida, olhos hiperemiados (avermelhados) e lacrimejantes. Ocorre saída de secreção hialina (clara) pelo nariz. Nas crianças, a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o aumento dos linfonodos cervicais (gânglios linfáticos do pescoço), quadros de bronquite ou bronquiolite e sintomas gastrointestinais (náuseas, diarreia, vômitos). Os idosos podem apresentar febre, porém é mais baixa, podendo ser ausente.
Alguns Sintomas de Influenza A (H1N1) |
Situações de risco para o desenvolvimento de formas graves e de óbito são:
- gestação
- idade menor do que 2 anos ou maior que 60 anos
-DPOC , asma
- cardiopatias
-doenças metabólicas crônicas (ex: diabetes, obesidade mórbida)
-imunodeficiência ou imunodepressão (ex: AIDS)
As complicações são mais comuns em idosos e indivíduos vulneráveis. As complicações mais comuns são: pneumonias bacterianas secundárias.
Uma complicação incomum e muito grave é a pneumonia viral primária pelo vírus da Influenza.
Gestantes com quadro de Influenza, especialmente no segundo ou terceiro trimestre da gravidez, estão mais propensas a quadros mais graves, sendo indicada internação hospitalar.
Entre outras complicações podemos citar: miocardite, pericardite, síndrome de choque tóxico, síndrome de Guillain-Barré, encefalite e mielite transversa.
O quadro na maioria dos casos de Influenza Pandêmica (H1N1) é benigno e autolimitado, clinicamente moderado, caracterizado por febre, tosse, coriza, dor de cabeça e mal-estar. No entanto tem-se observado alguns pacientes com a forma grave, com acometimento pulmonar, que pode evoluir rapidamente para insuficiência respiratória grave. A insuficiência respiratória aguda está associada com infiltrado pulmonar difuso, bilateral do tipo vidro fosco.
Diagnóstico Laboratorial
É usada a secreção da nasofaringe (SNG), colhido de preferência nos primeiros três dias de aparecimento dos sinais e sintomas até no máximo no 7 ° dia.
Tratamento
O antiviral Oseltamivir indicado deve ser utilizado em, no máximo, até 48 horas a partir da data de início dos sintomas.
Fonte: Doenças Infecciosas e parasitárias: guia de bolso/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 8. ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
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