Quando o aumento mamário é causado apenas por acúmulo de gordura, esta é chamada de pseudoginecomastia (falsa ginecomastia)
Ginecomastia quer dizer “mama feminina”. É definida pelo aumento da glândula mamária masculina. Uma curiosidade que tenho observado é que os pacientes ficam surpresos ao saber que é normal e fisiológico pessoas do sexo masculino possuir glândula mamária. Tanto a mama feminina quanto a masculina são formadas por glândula mamária e tecido adiposo (gordura), porém devido à ação de hormônios, a mama da mulher se desenvolve e aumenta de volume.
Causas de Ginecomastia
Pode estar associada a alterações fisiológicas, patológicas ou externas que causam uma alteração hormonal, tendo como consequência o aumento do volume mamário.
Alterações Fisiológicas (Normais)
· Nascimento: devido à ação de hormônios da mãe
· Adolescência: devido a um desequilíbrio hormonal, com predomínio de estrógeno.
· Andropausa: diminuição da testosterona em relação ao estrogênio
Sabe-se que 65% dos adolescentes de 14 e 15 anos desenvolvem ginecomastia, porém a maioria das vezes esta regride no período de 3 anos, sem tratamento. Somente em 7,7% dos pacientes não ocorre esta regressão após os 17 anos de idade.
Outras Causas não fisiológicas
· Viral
· Traumática
· Criptorquidia (testículos inclusos)
· Alterações genéticas (síndrome de Klinefelter, síndrome da feminização testicular)
· Neoplasias (carcinoma adrenal, tumores de células de Leydig, tumores de células de Sertoli, carcinoma de testículo, carcinoma pulmonar, carcinoma hepático)
· Alterações Metabólicas (cirrose hepática, insuficiência renal + diálise, hipertireoidismo, desnutrição + realimentação)
· Medicamentosas (hormônios, drogas como maconha, heroína, digital, espironolactona, metildopa, captopril, cetoconazol, diazepam, cimetidina, finasterida, antidepressivos, reserpina, isoniazida, ...)
· Idiopática (causas não conhecidas)
· Familiar
Mitos em relação a Ginecomastia
A presença de ginecomastia não tem nenhuma relação com a prática de masturbação ou ausência de virilidade.
Clínica
O paciente apresenta aumento do volume mamário. É mais comum a ginecomastia ser bilateral (nas duas mamas) do que unilateral. Na maioria das vezes o paciente não sente nada, porém alguns podem apresentar edema (inchaço), dor, enduração (sentir a mama rígida, dura) e alteração de sensibilidade.
Pessoas com ginecomastia não apresentam predisposição ao câncer de mama.
Uma das classificações de ginecomastia é a seguinte:
· Grau I – pequena, sem excesso de pele
· Grau IIA – moderada, sem excesso de pele
· Grau IIB – moderada, com excesso de pele
· Grau III – Grande , com excesso de pele e mama pendular







Diagnóstico
A maioria das ginecomastias não tem causa definida, porém na consulta médica podem ser investigadas prováveis causas como: uso de hormônios, medicações, tumores, ... (Vide tabela de causas de ginecomastia). Pacientes com aumento do volume mamário de longa duração, na idade adulta e sem sintomas, não necessitam de investigação laboratorial extensa. Em adolescentes deve-se aguardar de 2 a 3 anos para verificar se haverá diminuição da glândula, se isto não ocorrer será programado um tratamento.
Tratamento
O tratamento com medicações está indicado em casos selecionados.
Em casos em que se conhece a causa da ginecomastia ( vide tabela de causas), está deve ser tratada.
O tratamento cirúrgico é o mais efetuado e o de escolha para ginecomastia. A incisão está relacionada ao grau da ginecomastia.
Nas ginecomastias sem excesso de pele, realiza-se uma incisão (corte) em meia-lua na transição entre a aréola e a pele mamária, resseca-se (retira-se) o tecido mamário em excesso. Geralmente associa-se lipoaspiração a técnica de retirada da glândula.
Em pacientes com pseudoginecomastia ( mama com excesso de tecido adiposo) o tratamento pode ser somente lipoaspiração, caso não haja excesso de pele.
Quando é necessária a retirada de pele, a incisão e a cicatriz resultante são mais extensas e estas vão depender do exame do paciente para determinação da melhor abordagem e tratamento.

Pode ser necessário o uso de drenos.
Anestesia
Pode ser realizada anestesia local com sedação ou anestesia geral, dependendo da programação cirúrgica.
Pós Operatório (PO)
O paciente poderá apresentar edema (inchaço), dor, equimoses (roxos), diminuição ou aumento da sensibilidade do mamilo. O edema regride cerca de 70% no primeiro mês e o restante até 6 meses. As equimoses regridem em média em 15 dias, a dor é controlada com medicação.
Recomendações Pós - Operatórias
· Evitar molhar a área de cicatriz por pelo menos 48 horas
· Evitar sol
· Repouso em média de 15 dias (dependendo da profissão e atividades habituais)
· Retorno às atividades físicas – em média 45 a 60 dias de PO
· Usar cinta (colete) por 30 dias

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