Tumores Hepáticos benignos constituem uma série de lesões, incluindo tumores sólidos, císticos e processos regenerativos. Com o avanço tecnológico dos exames de imagem, houve aumento na detecção de lesões hepáticas, porém houve também o aumento no diagnóstico do tipo de lesão, sem muitas vezes necessitar de procedimentos invasivos a fim de coletar material para a análise histopatológica.
A maior parte das lesões são assintomáticas (não causam sintomas) e com boa evolução clínica, apresentando como conduta a simples observação. Porém em pacientes sintomáticos, na suspeita de malignidade e em algumas lesões com potencial de transformação maligna, como o adenoma hepático, o tratamento se faz necessário. Nesse caso, estudos recentes, vem comparando o tratamento por laparotomia com a cirurgia por via laparoscópica.
HEMANGIOMA
É o tumor hepático benigno mais comum, variando sua incidência, em autópsias, entre 0,4 e 7,3%. É mais prevalente em mulheres (Relação 5:1 a 6:1) e apresenta como localização mais comum à região subcapsular do lobo direito e seu tamanho é geralmente menor que 5.0 cm. Alguns hemangiomas apresentam receptores para estrogênio, levando a um crescimento maior durante a puberdade, a gravidez e nas mulheres que fazem uso de contraceptivo oral.
A maioria dos hemangiomas é encontrada ao acaso durante exame de imagem abdominal. Alguns pacientes apresentam sintomatologia, sendo o mais comum desconforto abdominal inespecífico. Esses pacientes com sintomatologia geralmente apresentam lesões maiores que 5.0 cm ou com necrose.
Hemorragia espontânea ou síndrome de Kasabach-Merritt são descritos como complicações raras., A ruptura espontânea do hemangioma é rara (figura 2), tendo em vista a alta prevalência de hemangioma na população. Kasabach & Merritt (1940) descreveram uma síndrome caracterizada por trombocitopenia (diminuição das plaquetas) e coagulação intravascular disseminada associada ao hemangioma (síndrome de Kasabach-Merritt).
1.1- Diagnóstico do Hemangioma


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Figura 3: Tomografia Computadorizada de abdômen. (A) massa hipodensa (20 cm de diâmetro) no lobo esquerdo do fígado. (B) opacificação nodular periférica. (C) captação centrípeta. |
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Figura 4: Cintigrafia de hemáceas mostrando área vermelha no lobo hepático direito, compatível com hemangioma. |

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Figura 5: Imagem de RNM (A) lesão de baixo sinal entre a veia hepática direita e média em T1 e (B) alta intensidade em T2 |
1.2- Tratamento
Hemangioma menor que 5.0 cm, sem crescimento num período de seis meses, apresenta conduta expectante. Tratamento, que inclui ressecção tumoral, enucleação cirúrgica, quimioembolização transarterial, irradiação hepática e transplante, é indicado quando houver complicações, em pacientes com sintomatologia importante ou na impossibilidade de excluir lesão maligna. Transplante hepático é indicado em situações extremas, como em múltiplas lesões, geralmente gigantes, irressecáveis e com envolvimento de hilo hepático.
O tratamento conservador deve ser realizado na maioria dos casos, exceto, em condições raras, como dor incapacitante, compressão de órgãos adjacentes, dúvida diagnóstica ou na presença de síndrome de Kasabach-Merritt.
Fala-se muito de Hemangiomas Gigantes de até 5 ou 8 cm. Tenho lido que existem muitas pessoas com Hemangiomas de até 25cm! O meu tem 16cm e eu temo por um acidente ou gostaria de poder levar uma vida normal, fazer esportes... mas, ainda não tive coragem de operar, pois, o corte é imenso, tem UTI, perde-se muito sangue e existem riscos. Gostaria de ver mais especialistas falando sobre suas experiências com a Hepatectomia em hemangiomas entre 10 e 20cm. Obrigado.
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